May

05

Índice de Confiança da Indústria atinge menor nível em mais de 9 anos

Com uma piora nas expectativas dos empresários, o Índice de Confiança da Indústria caiu 3,4% em abril, ante março, para 72,8 pontos, de acordo com a "Sondagem da Indústria da Transformação", da Fundação Getulio Vargas (FGV).

É o menor nível da série da pesquisa, iniciada em outubro de 2005. Na comparação com abril do ano passado, a queda é de 22,7%. De 14 segmentos que integram o índice, dez cederam.

O recuo mensal foi maior que o indicado na prévia da pesquisa divulgada na semana passada (queda de 3,2%), mas diminuiu bastante em relação a março, quando o índice de confiança caiu 9,2%.

"A queda da confiança industrial em abril decorreu da combinação de acomodação do grau de satisfação com a situação presente dos negócios e piora das expectativas. Diante do nível extremamente fraco da demanda interna e de nova rodada de aumento de estoques, o setor ainda não vê perspectivas de melhora nos três meses seguintes e continua projetando ajustes no nível de produção e no quadro de pessoal neste horizonte de tempo", afirmou, em nota, Aloisio Campelo Jr., superintendente adjunto para Ciclos Econômicos da FGV-Ibre.

O Índice de Expectativas (IE) caiu 7,8%, passando a 69,6 pontos. O indicador de produção prevista foi responsável por cerca de 75% da queda da confiança do setor industrial em abril, com recuo de 13,6% sobre o mês anterior, passando a 90,7 pontos - o primeiro resultado inferior aos 100 pontos desde o início de 2009.

A proporção de empresas prevendo aumentar a produção nos três meses seguintes caiu de 26,9% para 13,4% entre março e abril; já a parcela das que esperam reduzir a produção aumentou de 21,9% para 22,7% no mesmo período.

Já o Índice da Situação Atual (ISA) subiu 1,1%, para 76,1 pontos. O indicador que mede a satisfação com o ambiente geral de negócios foi o único quesito que contribuiu para a evolução favorável do ISA, com alta de 8% em relação ao mês anterior. A proporção de empresas avaliando a situação atual dos negócios como boa aumentou de 4,7% para 8,1%, enquanto a parcela de empresas que a avaliam como fraca diminuiu, ao passar de 39,9% para 38,1%.

Além de menos confiante, a indústria está mais ociosa. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) diminuiu de 80,4% para 79,9% entre março e abril, mesmo patamar de julho de 2009.

A edição de abril da sondagem coletou informações de 1.130 empresas entre os dias 1º e 27 deste mês.

(Conteúdo Valor)

Fonte: UOL, Economia via CTE

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