Jun

07

Herdeiro da Rossi busca voo solo na incorporação

O material publicitário de um lançamento comercial na Penha seria mais um dentre centenas de novos prédios à venda em São Paulo - não fosse pela assinatura do projeto: ERC Desenvolvimento Imobiliário e GR Properties. As siglas camuflam as iniciais de Eduardo Rossi Cuppoloni e Guilherme Rossi. Dois dos trigêmeos filhos de João Rossi e herdeiros de uma das cinco maiores construtoras do país.

Aos 31 anos, Eduardo e Guilherme seguem a veia empreendedora do pai - que fundou a Rossi aos 26 anos. Rafael Rossi foi o único que se manteve na empresa da família, ainda que não no dia a dia. É um dos membros do conselho de administração da Rossi Residencial e também o responsável por assuntos de governança corporativa.

Eduardo está estreando no mercado de incorporação. Começou com capital próprio, mas não diz quanto. O setor imobiliário é de capital intensivo e, além da montagem da estrutura, comprar terrenos exige um razoável empurrão financeiro. Formado na FGV, Eduardo fez estágio na corretora do Banco Pactual, passou por outra corretora pequena e ficou por dois anos na Rossi, entre 2005 e 2007, passando por várias áreas. Ainda ficou mais três anos como diretor da holding da família, até outubro de 2009. Depois, começou a pensar no voo solo.

Eduardo levou para o seu negócio a cultura de meritocracia que aprendeu em pouco tempo de Pactual. "Procuro atrair bons profissionais com o máximo de remuneração variável", diz, que tem uma equipe de onze pessoas e está contratando outras quatro.

Em um andar no mesmo centro comercial no qual a Rossi ocupa um prédio inteiro, a ECR vai atuar nos segmentos residencial, comercial e de centros comerciais de conveniência - conceito muito difundido nos Estados Unidos - onde concorre diretamente com a GR Properties, empresa de Guilherme, que inaugurou seu primeiro empreendimento desse tipo em Interlagos. "Não há concorrência direta, o mercado imobiliário é muito grande, há oportunidade para todos", diz Eduardo.

Além do empreendimento de salas comerciais na Penha, em pré-lançamento, a ERC tem dois centros comerciais em fase de projeto nas cidades de Sumaré e Piracicaba, mas a ideia é desenvolver cinco por ano. Na área residencial, já tem um terreno comprado em Campinas, que deve ser lançado no fim do ano. Para este ano, a companhia pretende lançar R$ 65 milhões e alcançar R$ 80 milhões, em 2012.

A segunda geração dos Rossi quer ter brilho próprio e provar o sucesso na carreira solo. "Meu pai nos passou esse espírito empreendedor e de liderança", diz Eduardo. Abriram mão do título de herdeiros para emplacar o seu negócio que, segundo Eduardo, não poderia ser em outro setor. "A gente respira o assunto desde muito novos", conta. O empurrão do irmão no primeiro projeto não deve ser praxe. "A gente se apoia quando dá, somos muito unidos."

Guilherme também passou pela Rossi e montou a GR Properties, com foco em condomínios de galpões industriais, há três anos. Fez um empreendimento em Jundiaí e está testando o mercado de edifícios comerciais e também vai estrear no residencial. Para este ano, a empresa espera lançar VGV de R$ 155 milhões.

A Rossi Residencial iniciou o processo de profissionalização depois da abertura de capital, mas o intensificou há dois anos. Apenas Renata, irmã dos trigêmeos, trabalha na companhia, na área de recursos humanos.

Daniela D'Ambrosio, do Valor Econômico

 

Fonte: http://www.valoronline.com.br/impresso/empresas/102/435863/herdeiro-da-rossi-busca-voo-solo-na-incorporacao

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