Jun
06
Economista enumera fatores que eliminam hipótese de bolha imobiliária no Brasil
O crescimento da renda das famílias, a rigorosidade na regulação do mercado financeiro e a alta taxa de juros seriam indicadores de que o mercado não corre riscoPâmela Reis, da revista Construção Mercado |
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De acordo com estudo desenvolvido em 2010 pela MB Associados, a pedido da Abecip, "a economia brasileira hoje segue em trajetória sustentável, sem riscos macroeconômicos de curto prazo relevantes. (...) a perspectiva é de continuidade de crescimento da economia para os próximos anos, com taxa média de expansão do PIB entre 4,5% e 5% até 2015". O estudo aponta que não há sinais de mudança política ou econômica que implique em maior liberalização financeira ou conduza a taxas de juros excessivamente baixas. A forte regulação do sistema financeiro do país seria uma razão para confiar na solidez do cenário econômico. "Há uma grande quantidade de informações que o setor bancário precisa repassar para o BC [Banco Central], o que garante que situações de risco sistêmico não se formem com facilidade". Além disso, o grau de alavancagem dos financiamentos imobiliários ainda é baixo, comparado a outros países, e o mercado secundário ainda é incipiente. O estudo cita o caso dos CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), cujo estoque não passa de 12% total de crédito imobiliário, enquanto nos Estados Unidos a securitização correspondia à quase totalidade do financiamento. O estudo ressalta ainda as altas taxas de juros do Brasil. As bolhas de preços de ativos, em geral, aparecem em situações onde a liberalização financeira leva a taxas reais de juros negativas ou muito baixas. Nesse sentido, "a Selic ainda é cara para o tomador e deveríamos ter vários anos seguidos de custo do dinheiro baixo para fornecer espaço para o crescimento de outros preços de ativos", afirma o texto do estudo. Por fim, a oferta de imóveis normalmente demora para alcançar a demanda, já que se trata de bens que levam tempo para serem construídos. Num momento em que a demanda brasileira por imóveis é maior que a oferta é natural que os preços sejam pressionados. Veja a íntegra do estudo aqui. |
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