Sep
09
Cientistas armazenam 700 TB em 1 grama de DNA
O geneticista George Church e o bioengenheiro Sri Kosuri, ambos da Universidade de Harvard, Estados Unidos, conseguiram armazenar 700 terabytes (ou 5,5 petabits) em apenas um grama de DNA. O estudo trata a molécula como um tipo de dispositivo de armazenamento comum. A diferença é que os bits de informação, neste caso, não são magnéticos: são obtidos tratando as bases nitrogenadas (TGAC) como bits.
O experimento aponta para a criação de um novo sistema de armazenamento de dados. Teoricamente, cerca de 4 gramas de DNA armazenariam os dados digitais criados pela humanidade em um ano, diz artigo no site daHarvard Medical School.
Em sua técnica, os estudiosos criaram uma maneira de converter os dados digitais para a linguagem biológica, em que os números binários passam a ter correspondentes entre os pares das sequencias de DNA. Dessa maneira, o número 1 passa a ser identificado pelas sequências A e C, enquanto os 0 por T e G.
Como uma única célula de DNA pode armazenar até 220 milhôes de pares, seu potencial de armazenamento é gigantesco para os padrôes atuais. “A densidade teórica de armazenamento do DNA é tão alta que apenas 4 gramas dele poderiam armazenar 1,8 zettabytes, o total de dados que existiam no mundo em 2009″, explica Kosuri.
Todavia, converter informações digitais em uma linguagem biológica não é exatamente simples ou rápido. De acordo com os pesquisadores, converter um simples arquivo de texto de 675 KB é um processo que pode levar “alguns dias”, e ler esses dados não é menos complicado. A margem de erro no processo foi de apenas 10 bitscorrompidos.
O DNA poderia ser o novo HD. Além disso, o dado gravado no DNA dura “milhares” de anos, e tem como base um código universal que deverá ser facilmente interpretado por gerações futuras, apontou o estudo.
O problema para o uso imediato da tecnologia, é o custo atual dos sistemas de sequenciamento do DNA, considerado elevado se comparado aos meios de armazenamento e leitura das informações. Ainda deve levar 10 anos para que essas ferramentas possam superar os HDs e memórias flash atuais.
De qualquer maneira, isso não impede que a técnica possa ser amplamente usada no futuro. Como aponta o site Dvice, em 2001 mapear uma sequência de alguns milhões de pares de DNA custava salgados US$ 10 mil, enquanto hoje o mesmo serviço sai por módicos US$ 0,10.
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