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Crédito imobiliário é o preferido dos bancos

 

Entre janeiro e outubro, as contratações de financiamento cresceram 44,7% sobre 2010

O crédito imobiliário continua como a grande aposta dos bancos para fidelizar clientes e expandir a carteira de empréstimos para pessoas físicas e jurídicas por meio da concessão de financiamentos à construção de imóveis novos.
Entre janeiro e novembro de 2011, as contratações chegaram a R$ 71,68 bilhões, crescimento de 43,3% em relação ao ano anterior.
Já no acumulado de 12 meses, o montante chega a R$ 77,84 bilhões, alta de 44,5%, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Apesar de uma desaceleração desde março, quando o crescimento estava em torno de 65%, o crédito imobiliário continua estratégico para o bancos.
"Fica cada vez mais difícil repetir o desempenho dos anos anteriores, mas temos expectativa de crescimento bastante significativo nessa modalidade de crédito", afirma o vice-presidente do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli.
A instituição calcula que finalizou 2011 com uma carteira de crédito de R$ 7,5 bilhões, mais do que o dobro do registrado em dezembro do ano anterior.
O objetivo do banco é estar, até o final de 2013, entre as três principais instituições no financiamento imobiliário. A liderança absoluta nesse segmento é da Caixa Econômica Federal. Os outros concorrentes são o Itaú, Santander e Bradesco.
O BB ainda não fechou a projeção de crescimento do crédito imobiliário para 2012, mas o otimismo em relação ao setor está baseado no fato de incorporadoras possuírem R$ 2 bilhões já contratados durante 2011 - recursos que serão liberados no decorrer de 2012 de acordo com o avanço das obras.
Caffarelli não acredita em desaceleração da economia e por essa razão vê espaço para a continuidade do crescimento do crédito imobiliário, que tem como vantagem para as instituições financeiras a possibilidade de venda de produtos e serviços pelo período de duração do empréstimo para a compra da casa própria, que na maior parte dos bancos chega a 30 anos.
O BB iniciou sua atuação com crédito imobiliário desde meados de 2008. Desde então, passou a oferecer o financiamento à produção de unidades habitacionais, a criação de uma área exclusiva para o atendimento a grandes construtoras e o financiamento de imóveis na planta e em construção. "É preciso muito construir alternativas. É o produto bancário que mais cresce", afirma Caffarelli.
Além de ser o que mais cresce, é um produto com uma das menores taxas de inadimplência entre os produtos de crédito.
Em média, varia entre 1% e 2%, o que ajuda a tornar o produto atrativo pra os bancos.
O Bradesco, para conquistar mais negócios -em setembro a carteira de crédito do banco era de R$ 14,691 bilhões - aposta na rapidez nas concessões de crédito. "O grande diferencial hoje é a rapidez. Para dar maior agilidade, desenvolvemos a recepção de documentos por imagem", explica o diretor de crédito imobiliário, Claudio Borges.
De acordo com o executivo, a crise externa pode causar um arrefecimento nos negócios. No entanto, a redução dos juros dão confiança para a concessão de novos créditos. "As pessoas estão planejando mais. Na média, financiam apenas 58% do valor do imóvel, o que mostra que pouparam e pensaram antes de tomar a decisão." A.P.R.

Fonte: Jornal Brasil Econômico, edição impressa 10/01/2012

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