A Casa D`Agua - FAUUSP quer viabilizar transporte fluvial em São Paulo

Apr

04

FAUUSP quer viabilizar transporte fluvial em São Paulo

 

Faculdade desenvolveu estudo para criar vias navegáveis nos rios Pinheiros e Tietê e nas represas Billings e Taiaçupeba


Bruno Loturco, da revista Equipe de Obra

 

Casadaphoto/Shutterstock
Há pelo menos 67 estudos que indicam formas sobre como fazer de São Paulo uma cidade capaz de explorar o transporte fluvial em seus dois principais rios: Pinheiros e Tietê. Os estudos mais antigos têm 110 anos e o mais recente deles, desenvolvido no âmbito da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP), prevê a criação de um hidroanel de 117 km de extensão que aliaria ao transporte hidroviário obras para tratamento de lixo, despoluição das águas, combate a enchentes, criação de parques e aumento da capacidade do abastecimento de energia e de água em São Paulo.
Para interligar a rede fluvial seria necessário, conforme prevê o estudo elaborado pelo grupo Metrópole Fluvial, da FAUUSP, construir um canal com 17 km de extensão.

Encomendado pelo Departamento Hidroviário da Secretaria de Transportes do Estado de São Paulo, o estudo estima o custo da empreitada em cerca de R$ 3 bilhões, investidos ao longo de até 30 anos. Concluído, o hidroanel teria a função de transportar lixo e outros resíduos urbanos, como entulho de construção, sedimento de dragagens, terra de escavações e lodo das estações de tratamento de água e esgoto. Essa carga seria encaminhada a três triportos de destino, em Itaquaquecetuba, Carapicuíba e no dique da Billings da rodovia Anchieta, em São Bernardo do Campo. O nome triportos vem de trimodal, por conta da integração prevista, nesses pontos, com o Rodoanel e o futuro Ferroanel.

Nesses pontos existiriam, ainda, plantas industriais para triagem e tratamento do lixo e resíduos. Outros 74 portos serviriam para embarque do lixo e resíduos. Sessenta deles, batizados de ecoportos, receberiam o material já triado, enviado por caminhões de lixo reciclados ou moradores. De acordo com o professor da FAU e coordenador do grupo responsável pelo projeto, Alexandre Delijaicov, "a meta é acabar em até 30 anos com os aterros sanitários e lixões da região metropolitana".

No entanto, as embarcações devem transportar também passageiros - moradores e turistas - e carga comercial, como hortifrutigranjeiros e material de construção civil. Em relação à última categoria, está nos planos a construção de 17 cais para embarque da produção de usinas de concreto. Ao longo do hidroanel, conforme propõe o estudo, haverá parques. Três deles ficariam em torno de lagos com construção prevista na Penha, em São Miguel Paulista e Itaquaquecetuba, como instrumento de vazão às cheias do Tietê e combate a enchentes.

Com o hidroanel, estima-se, haveria redução na quantidade de caminhões, responsáveis por cerca de 440 mil viagens por dia na região metropolitana. Dessa maneira, São Paulo conseguiria cumprir a meta, prevista em lei estadual, de reduzir até 2020 as emissões de gás carbônico em 20% em relação aos níveis de 2005.

 

Até sair do papel, o projeto ainda tem pela frente pelo menos quatro etapas: estudo de viabilidade, anteprojeto, projeto básico e projeto executivo. No estágio atual, o orçamento de R$ 2,5 bilhões a R$ 3 bilhões inclui investimentos como construção do canal para conexão das represas, 20 eclusas, lagos e áreas de manobra.

Fonte: http://www.piniweb.com.br/construcao/infra-estrutura/fauusp-quer-viabilizar-transporte-fluvial-em-sao-paulo-255491-1.asp

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