Sep

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Infraestrutura e imóveis no radar

Fonte: Valor Econômico 
 

Jorge Simino, da Cesp: buscamos participação em empreendimentos com governança que nos permita interagir.

 

Buscar participação em empreendimentos imobiliários e empresas de infraestrutura é uma tendência das políticas de investimentos dos Fundos de Pensão no Brasil.

No setor imobiliário, as preferências incluem setores como os de shopping centers, sobretudo na região Sudeste, e empreendimentos que ofereçam níveis sofisticados de tecnologia, segurança e conforto. As empresas focadas em infraestrutura e energia também estão na mira dos administradores dos fundos de pensão, com destaque para áreas de atuação em que o Brasil ganha mais relevância no cenário mundial, como o setor de energia.

Jorge Simino, diretor de Investimentos e Patrimônio da Fundação Cesp, diz que a estratégia é apostar em empreendimentos atraentes em termos de retorno, desde que conjugado com uma governança estruturada.

"Em termos de governança, analisamos diversos quesitos, mas não somos restritivos. Buscamos participação em empreendimentos que apresentem uma estrutura de governança que nos permita interagir nos momentos que julgarmos necessários", comenta Simino.

De acordo com os dados de julho de 2013, dos cerca de R$ 21 bilhões de patrimônio, os investimentos na área imobiliária representam em torno de 3%, concentrados na área de shopping centers. Simino explica que esta estratégia vem sendo praticada há mais de dez anos e ressalta que o shopping tem uma dinâmica própria e riscos diversificados. Até o momento, a carteira da Fundação concentra suas participações em empreendimentos do segmento de shoppings construídos no Estado de São Paulo, capital e interior.

A participação societária no setor imobiliário é um dos alvos da Valia, diz Maurício Wanderley, diretor de Investimentos e Finanças. Ele comenta que a preferência é de empreendimentos comerciais, categoria "Triple A", que identifica imóveis de alto padrão com lajes corporativas superiores a um mil metros quadrados e recursos tecnológicos de última geração. Na localização, há um foco entre Rio de Janeiro e São Paulo, sem perder interesse em outras regiões. Wanderley diz que foram feitas duas aquisições com este perfil nos últimos anos, que garantiram um retorno acima de 20%. Dados atualizados do fundo mostram que o retorno dos investimentos imobiliários está acima de 15%.

O segmento imobiliário também desponta nos demonstrativos da Previ. Os investimentos diretos passaram de R$ 6,3 bilhões no final de 2011 para R$ 8,6 bilhões em dezembro de 2012, um aumento de 4,2% para 5,3% sobre os investimentos do Plano 1.

Outra grande preferência em termos de participação societária ou por meio de outros recursos de investimentos, como FIPs (Fundos de Investimentos em Participações), é o setor de infraestrutura. Na carteira da Previ, os investimentos em ativos de infraestrutura cresceram 245% entre 2008 e 2012, o que representa um total de R$ 2,3 bilhões alocados. Se a conta incluir as participações em empresas dos setores de mineração e energia elétrica, a participação em infraestrutura chega a um terço dos ativos de investimentos da Previ, ou seja, a R$ 55,6 bilhões.

Na Funcef, os investimentos no setor de infraestrutura também ganham destaque. Maurício Marcellini Pereira, diretor de Investimentos da Funcef, ressalta o papel relevante do setor na carteira. "Devemos reforçar nosso pilar de investimentos em infraestrutura. A tendência é que ele tenha cada vez mais peso daqui para frente", destaca.

Segundo Pereira, o foco está em empresas de infraestrutura e energia. Há uma predileção por empresas ligadas ao setor de energia renovável e participantes da cadeia de óleo e gás. "Não entramos no risco da exploração", faz questão de ressaltar. Os investimentos desse setor estão concentrados nos FIPs, que devem subir de 11% para 15% do portfólio do fundo de pensão nos próximos cinco anos. Hoje o patrimônio da Funcef é de aproximadamente R$ 50 bilhões.

Por Suzana Liskauskas

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