Apr

07

Mercado aumenta previsão de inflação em 2015 para 8,20%

As expectativas dos participantes do mercado financeiro para a inflação deste ano continuaram a se deteriorar. A mediana de suas estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2015 subiu pela 14ª quarta semana consecutiva, de 8,13% para 8,20%, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central. A previsão supera bastante o centro da meta oficial de inflação para o ano (de 4,5%) e ultrapassa também o teto da meta (de 6,5%).

Em dezembro do ano que vem, a inflação deve ter cedido a 5,60% segundo os analistas, estimativa que se manteve inalterada ante a da semana anterior.

O mercado também não alterou sua expectativa para o juro e vê a taxa básica Selic subindo de atuais 12,75% ao ano para 13,25% ao fim de 2015.

Os analistas também ajustaram as projeções para o câmbio e agora veem o dólar valendo R$ 3,25 no fechamento de 2015. A estimativa anterior era de R$ 3,20.

Atividade

As estimativas do mercado para a atividade foram pouco alteradas. A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano piorou de forma marginal, de recuo de 1% para retração de 1,01%. Para 2016, a previsão dos analistas melhorou ligeiramente, indo de crescimento de 1,05% para 1,10%.

As projeções para a indústria, contudo, continuaram a piorar e os analistas agora preveem queda de 2,64% na produção deste ano, ante recuo de 2,42% estimado antes. Para 2016, a estimativa passou de aumento de 1,68% para avanço de 1,50%.

Resultado fiscal

Os analistas do mercado financeiro mantiveram as estimativas para o superávit primário deste ano em 0,9% do PIB. A projeção refere-se ao setor público consolidado, ou seja, inclui Estados, municípios, Banco Central, estatais e governo central.

Na semana passada, o BC informou que o setor público consolidado teve déficit de R$ 2,3 bilhões em fevereiro, mas o resultado foi positivo em R$ 18,76 bilhões no primeiro bimestre por causa do forte resultado de janeiro.

Para este ano, o governo tem como meta economizar um total R$ 66,3 bilhões, um esforço que respondia por 1,2% do PIB, antes da revisão das contas nacionais feita pelo IBGE.

Para ajudar as contas do governo, ainda na semana passada, a presidente Dilma Rousseff restabeleceu a cobrança de PIS e Cofins, de 0,65% e de 4%, respectivamente, sobre as receitas financeiras de pessoas jurídicas sujeitas ao regime de apuração não cumulativa. A medida deve atingir 80 mil empresas não financeiras e elevar a arrecadação em R$ 2,7 bilhões de agosto a dezembro deste ano.

Por Ana Conceição | Valor

Fonte: Valor Online, Macroeconomia via CTE

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