Dec

06

Um ano sem Niemeyer: veja projetos do arquiteto que ainda estão saindo do papel

Igreja Adventista do Sétimo Dia, no Pará, e a Universidade Latinoamericana, em Foz do Iguaçu, são algumas das obras criadas por Niemeyer que ainda estão em construção

Há um ano o Brasil perdia um dos seus maiores nomes da arquitetura, Oscar Niemeyer, aos 104 anos. Neste período, uma série de obras do arquiteto começaram a sair do papel em todo o País. Confira algumas delas:

A Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves, em Belo Horizonte, terá mais um edifício: o Prédio de Serviços, originalmente previsto no projeto de Oscar Niemeyer, mas que ainda não tinha sido construído. Com 12 mil m² de edificação e 19,5 mil m² de subsolo e estacionamento, o complexo abrigará as polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros.

Já a Catedral Cristo Rei, em Belo Horizonte, Minas Gerais, terá três pavimentos que formarão uma grande praça, com altar externo, espaço para missas campais e apresentações artísticas. A capacidade é para 5 mil pessoas sentadas, mas em eventos grandes eventos a catedral poderá receber até 20 mil pessoas. Na área externa, a obra ainda terá duas colunas com 100 metros de altura, campanário com 40 metros, sete sinos e uma cruz de 20 metros.

Outro projeto que teve sua construção aprovada no último ano é o Aquário de Maricá, complexo orçado em R$ 2,4 milhões que também prevê a construção de um mirante com vista panorâmica para a cidade carioca, uma central de ensino profissionalizante para atividades pesqueiras e um anfiteatro popular com capacidade para 800 pessoas.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia, no Pará, e a Universidade Latinoamericana, em Foz do Iguaçu, são outras obras em andamento. O escritório do arquiteto ainda trabalha no desenvolvimento do projeto da Catedral Católica de Niterói, no Rio de Janeiro, do Campus Fiocruz Rondônia, em Rondônia, e da Biblioteca Mundo Árabe, na Argélia, entre outras obras.

Vale lembrar que na última sexta-feira (29) o auditório Simon Bolívar, um dos prédios do Memorial da América Latina projetado pelo arquiteto, foi atingido por incêndio que pode ter comprometido sua estrutura. O complexo está com o alvará vencido há 20 anos, segundo a Prefeitura de São Paulo, e não tem licença para receber eventos com mais de 250 pessoas. O laudo definitivo da Defesa Civil ainda não foi divulgado.

História do arquiteto

Niemeyer nasceu no Rio de Janeiro em 1907 e entrou para a Escola Nacional de Belas Artes em 1929 - gostava de desenhar e o desenho o levou à arquitetura. Ainda jovem, começou a trabalhar no escritório dos arquitetos Lucio Costa e Carlos Leão em 1932, antes mesmo de se formar arquiteto. Já em 1936, conhece Le Corbusier, que chega ao Rio de Janeiro a convite de Lucio Costa e Gustavo Capanema, então ministro da Educação e Saúde do governo Getúlio Vargas.

A partir de então, o arquiteto ingressou no Partido Comunista Brasileiro em 1945, fundou uma revista de arquitetura, a Módulo, no Rio de Janeiro, em 1955, que circulou com edições mensais até 1965, quando sua publicação foi interrompida pelo governo militar. Retomada em 1975, alcançou seu último número em 1987.

Viajou a Nova York em 1947 para projetar a sede da ONU, e foi convidado pelo então presidente da República, Juscelino Kubitschek, para projetar os edifícios da nova capital do Brasil - os edifícios mais simbólicos de sua arquitetura, que desafiaram os engenheiros da época no uso do concreto armado, e que são referência até hoje de sua obra.

Niemeyer foi o primeiro arquiteto brasileiro a receber o prêmio Pritzker, em 1988. Em 1996, recebeu também o Leão de Ouro na Bienal de Veneza. Em 1998, a Gold Medal do Riba. Famoso por seus projetos de empreendimentos bem arrojados, com curvas em concreto armado, sua marca registrada, Niemeyer é considerado por muitos o arquiteto que mais tenha projetos, construídos ou não.

Tendo deixado um legado enorme com projetos em diversos locais brasileiros, algumas obras que merecem destaque do arquiteto são: o Palácio de Alvorada, Palácio do Planalto, o Congresso Nacional, a Praça dos Três Poderes, a Catedral de Brasília e o Palácio de Itamaraty, todas situadas em Brasília. Além disso, projetos para o Sambódromo da Marques de Sapucaí, no Rio de Janeiro, o Edifício Copan, em São Paulo, a Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte e a sede do partido Comunista Francês, em Paris, também merecem grande destaque.

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