A Casa D`Agua - Bancos brigam para aumentar fatia no crédito imobiliário

Nov

04

Bancos brigam para aumentar fatia no crédito imobiliário

Fonte: Brasil Econômico
 

Com risco baixo e prazos longos, útil para fidelizar clientes e fazer vendas cruzadas, modalidade é uma das únicas em que instituições privadas disputam espaço com as públicas

São Paulo - Nova fronteira de expansão dos bancos no crédito, o financiamento imobiliário é um dos únicos onde ainda há disputa entre instituições privadas e públicas. Embora com taxas menores do que as de outras modalidades, o baixo índice de atrasos e a possibilidade de fidelizar o cliente por prazos longos, cobrando tarifas e vendendo produtos e serviços atrai cada vez mais as instituições.

Maior no segmento, a Caixa tem 55% da sua carteira voltada a habitação. Segundo o vice-presidente de habitação da Caixa, José Urbano Duarte, em agosto de 2013, o saldo da carteira imobiliária somou R$ 251,3 bilhões, com aumento de 33% em 12 meses. O valor corresponde a nada menos do que 69% do mercado. Em setembro, segundo o Banco Central, o saldo do crédito imobiliário no sistema financeiro estava em R$ 370,6 bilhões. Pelo segundo mês seguido, esses empréstimos ocuparam o primeiro lugar em volume, e já representam 7,9% do PIB brasileiro - e 14% do total dos empréstimos do sistema.

Duarte, da Caixa, diz que a carteira deve fechar o ano com saldo de R$ 275 bilhões, e o total contratado neste ano para o segmento habitacional deve ser da ordem da R$ 130 bilhões. "Para 2014, estimamos crescer entre 15% e 20%, em relação à 2013". O executivo afirma que continuará investindo para manter a liderança: em breve, terá atendimento 24 horas, sete dias por semana, para clientes do crédito imobiliário.

"Nossa principal meta é aumentar nosso market share no mercado brasileiro, ter uma participação mais relevante aqui, assim como o banco tem em outros países onde atua", diz Gilberto Abreu, diretor executivo de negócios imobiliários do Santander. Atualmente, segundo o executivo, essa participação é de 6,2%, considerando o estoque total das operações que tem como funding para os empréstimos os recursos da caderneta de poupança. Somando os segmentos empresa e pessoa física, a carteira do Santander estava em R$ 24 bilhões no final de setembro, informa Abreu. "Os empréstimos imobiliários representam hoje mais de 10% da carteira total do banco", diz.

Dentro do segmento pessoa física, o produto que mais evoluiu foi o crédito imobiliário, com aumento de 7,6% no trimestre e de 31,9% em um ano. Para continuar crescendo mais do que a média, Abreu informa que o banco pretende rever e ampliar sua cobertura geográfica para aumentar a oferta a pessoas físicas; e "aproveitar melhor as oportunidades em financiamentos a empresas".

No Bradesco, a carteira chegou a R$ 12,6 bilhões em 30 de setembro, 33% acima do que em setembro de 2012 - a carteira total cresceu apenas 11%. Com isso, a participação na carteira total do banco incluindo avais e fianças) passou de 2,5% para 3%. No Itaú, o crédito imobiliário a pessoas físicas atingiu saldo de R$ 22,5 bilhões no final do mês passado, um aumento de 35% em 12 meses - 25% somente neste ano. O saldo equivale a 5% da carteira total - há um ano, o percentual estava em 4%.

Enquanto os grandes bancos brigam por empréstimos a pessoas físicas, os menores, como o Máxima, atuam no financiamento a incorporadoras, seja na construção e/ou na compra de carteiras. Saul Sabbá, presidente do banco, diz que tem 90% da carteira voltada a esses clientes. "Nossa meta é fechar R$ 20 milhões de novos contratos or mês", diz. A carteira do Máxima está hoje em cerca de R$ 250 milhões, informa.

Crédito a empresas pode garantir DPGEII

O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) autorizou nesta quarta-feira os bancos a emitir DPGEs (os depósitos a prazo com garantia especial do próprio FGC, que cobre até R$ 20 milhões por investidor) lastreados em suas carteiras de empréstimos a pessoas jurídicas. Há uma estimativa de emissão de cerca deR$ 10 bilhões desses papéis.

O DPGE II é o instrumento da captação mais barato para os bancos médios que não tem rede de agências nem depósitos a vista ou de poupança. Os DPGE I, sem garantia, custavam 1%
ao ano aos bancos, enquanto o II custa 0,39%.

Fabio Mentone, diretor executivo do FGC, disse que até o final do ano o fundo vai autorizar o crédito consignadopara fncionários públicos como lastro desses títulos, e que em 2014 também CDC lojista e crédito pessoal. O bancoprecisa apresentar a carteira de empréstimos para o FGC,que analisa antes de autorizá-la como lastro.

Há atualmente R$ 1,2 bilhão em DPGEs II. As garantiasestavam restritas a carteiras de consignado a trabalhadoresde empresas privadas e financiamento de veículos.

Fonte: brasileconomico.ig.com.br/noticias/bancos-brigam-para-aumentar-fatia-no-credito-imobiliario_136914.html

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